Receio II

Receio o amor que desbota

na primeira tarde de outono.

Deveria assisti-lo como se fosse

uma ópera com final provável.

Deveria desviar-me

das cenas no caminho

para não querer-te

e não quebrar-me.

Agora a alma adormece

impregnada de promessas.

Chora ao descer das alturas

dos lugares onde sonhou.

A desistência de tudo,

corrói o estômago,

tritura flores e pedras

soltas no ar.

Morre o amor agora

Renascerá amanhã.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 26/09/2017
Reeditado em 28/09/2017
Código do texto: T6124973
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