ESTRELAS DORMINDO

ESTRELAS DORMINDO

Marília L. Paixão

Largou-te

a mão que prometera

nunca deixar-te

Essa mão que largou a tua

ainda hoje flutua

no vazio

Tua ausência é tão evidente quanto a morte deve ser

De vez em quando estas mãos gritam teu nome

Estás longe mas ouve

Tenta até agarrá-la

Tento entregá-la

Mas a bandeja em que antes

ela te servia

não mais cabe as nossas taças

Ficou sem graça

aquele amor depois do abandono

Ficou sem dádivas

e o céu sem estrelas

desapareceu.

De certo foram dormir as estrelas

envergonhadas

Por que fui deixar-te?

Perdida neste morro aos poucos

só me resta o prazer da arte

prazer que dura pouco

se imagino-te a sofrer muito.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 20/08/2007
Código do texto: T615527
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.