Maria

Saudade de tempos remotos

Sentimento recorrente

Um tanto improvável

Mas sempre presente

Anos cinqüenta, tempos de paz

Cidadezinha do interior

Praça, bancos e jardins

Lindas moças em seu esplendor

A velha amplificadora

Fico a imaginar

Belas canções da época

Sonhos a embalar

Eis que surge a mais bela

Dentre todas do lugar

Com seu vestido rodado

E seu encanto singular

Era assim todas as tardes

Quando o sol se despedia

Cedendo lugar à lua

E às estrelas – que alegria!

Parece um sonho impossível

Pois eu ainda não existia

Mas é como se assim não fosse

Será mistério ou poesia?!...

(mãe, você será sempre a mais bela daquele lugar)