Esotéricos

guardo na boca o ritmo das horas

depois dum beijo nas flores mortas

águas transbordaram das nuvens

lavaram os olhos cheios de mágoas

asas madrugaram...

anoiteceram os dias.

não sei

há quanto tempo

a vida passa inversa

em versos cálidos.

quem saberá dos mistérios

e da brevidade das formas?

o tempo escondeu o sol

entregou o ouro diluído

em fogo frio.

no mar distante

sereias pressentem

a flor e o pássaro.

desbota o amor

estampado nos

vestidos

e na saudade dispersa

numa tarde de domingo

sem maçã.

passa o tempo

em preto e branco

nas tuas janelas

não choro nada.

penso no céu

fascinado acordo

sem espanto.

é quase dia

quando a vida

adormece.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 19/11/2017
Reeditado em 19/11/2017
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