a fobia do mar

Nós mergulhamos de cabeça. E cegos em meio a escuridão nos entregamos de corpo e alma. Dizem que não amam aqueles que não nos conhece a fundo, não conhecem o ser do humano. Nós mergulhamos de cabeça, e no primeiro instante de racionalidade pomos os pés no chão imaginário, pomos os pés no imaginário e mergulhamos mais rapidamente. De forma incerta, inexata, inconsistente procuramos a superfície com a cabeça, e dada a pressão contraímos o corpo em câimbra. Nós mergulhamos de cabeça, e após várias tentativas mal-sucedidas e dolorosas, juramos com os pés em terra firme que não iríamos entrar novamente em furiosa maré, mas com a chegada do calor, quentura, que inibe nossos pensamentos, nós mergulhamos novamente de cabeça.

Maria Rodrigues
Enviado por Maria Rodrigues em 20/11/2017
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