Quando nada mais fizer sentido

Parto hoje à meia-noite,

no velho trem da estação,

uma longa viagem,

talvez sem volta,

carrego pouca bagagem,

levo comigo só memórias,

a doçura de teus lábios,

a gentileza de teu carinho,

o brilho de teus olhos,

a beleza de teu sorriso,

o que me apaixonou em ti,

partículas de mudança na alma,

gotas de orvalho em minha janela,

me agarrando em lembranças,

cartões-postais de nós caminhando,

brincando ao luar sob as estrelas,

ouvindo uma melodia imaginária,

dançando na calçada como loucos,

esperando por milagres,

tornando os sonhos tangíveis,

construindo pontes sobre abismos,

sempre me vi em teus olhos,

como estarás para sempre nos meus,

uma borboleta em primaveras sem fim,

uma flor eterna no jardim da minha vida,

fazendo feliz esse passarinho cantar,

nesse voo tão incerto e sem despedidas,

esperando que ao final da jornada,

sejam os teus braços que me acolham,

quando nada mais fizer sentido...