Antiversos

Ode converte-se em dor

Carinho em desamor

Pétala escancarada antirosa do penar desastrado,

sobre rodas-patas postas numa ótica milenar

Na ausência do amor, o ódio, dissabor

amargura duma vida fulgaz

E se vê pela rotina as retinas de quem não ama

E doem. E sangram. Nunca chovoam.

E encarceram as lágrimas, correntezas humanas no peito ameno.

Sorriso que de tão pequeno, esguio

Causa furor à noite singular

Súbito

Fraco, mórbido

Contagia e envolve o pudor

A raiz, figura mística e imprópria,

Arrepio eloquente do amor

Os relógios desapontam

Despalavram-se os signos

o mundo soçobra

Verseja-se ausências: o sentimento deslinda-se

Quiçá, o revolver dos minutos

devolva o tempo,

a constância e o verso

moraixba
Enviado por moraixba em 08/12/2017
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