Antiversos
Ode converte-se em dor
Carinho em desamor
Pétala escancarada antirosa do penar desastrado,
sobre rodas-patas postas numa ótica milenar
Na ausência do amor, o ódio, dissabor
amargura duma vida fulgaz
E se vê pela rotina as retinas de quem não ama
E doem. E sangram. Nunca chovoam.
E encarceram as lágrimas, correntezas humanas no peito ameno.
Sorriso que de tão pequeno, esguio
Causa furor à noite singular
Súbito
Fraco, mórbido
Contagia e envolve o pudor
A raiz, figura mística e imprópria,
Arrepio eloquente do amor
Os relógios desapontam
Despalavram-se os signos
o mundo soçobra
Verseja-se ausências: o sentimento deslinda-se
Quiçá, o revolver dos minutos
devolva o tempo,
a constância e o verso