Tua morte é a minha morte

Meu amado

Transpiro gotas de sangue.

Lágrimas que meus poros choram por tua ausência.

Todo o meu corpo em revolta,

quer me levar a ti, contigo, ao teu calvário

que também é meu.

Sinto o que sentes e ouço teus gritos conturbados

no ábdito cárcere em que tentam conter

esse amor que nos transcende

e sei que podes ler minha dor

na brancura transparente da minha pele

lanhada pelo punhal de pura prata

cravejado de inveja com que me ferem a carne.

Essa distância e toda essa tortura

são flagelos que não conseguem desunir almas

que caminham juntas na imortalidade dos séculos.

Cada um dos teus gritos reafirma como canção aos meus ouvidos

a força do querer

com que sequer uma vez essa ignóbil criatura foi agraciada.

Reconheci-te pela undécima vez nas paredes do tempo

e nos desenhos a carvão que, em sequência, contam com singeleza

a história de nós dois, geração após geração,

encontro de almas abençoadas pelo dom de amar.

Tua morte é a minha morte.

Como posso viver, pássaro sem as asas dos teus poemas

e das canções que compões para mim, enquanto dedilhas tua guitarra?

Palpita meu coração porque não voaremos mais ao sabor do vento que guia nossos sonhos...

Tua morte é a minha morte, leva-me contigo.

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 11/12/2017
Reeditado em 12/12/2017
Código do texto: T6196446
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