A espera

 
Sou uma alma covarde
que ocupa um corpo frágil.
Às vezes chego tarde,
poucas vezes fui ágil.
 
Foi assim que a perdi
numa esquina da vida.
E hoje eu estou aqui
num beco sem saída.
 
Todo dia eu a espero
no mesmo lugar e hora.
Porém quem mais eu quero
me impõe esta demora.
 
Passam carros, vem gente,
cada um com seu porquê.
Contudo à minha frente
só não vejo você.


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N. do A. – Na ilustração, Contemplação Silenciosa de Pino Daeni (Itália, 1939 – EUA, 2010).

João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 16/12/2017
Reeditado em 22/06/2023
Código do texto: T6200691
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