CLAVE DE SOL

lisieux

(Para Paulo Camelo e Reinaldo Luciano)

Me apóio na trave

da porta da rua,

olhar acompanha

teu vulto que some...

A sombra se estende,

beirais das calçadas,

paredes pintadas

soletram teu nome.

De longe, me acenas,

adeus sem palavras.

No ar teu perfume

insiste em ficar.

Meus olhos apenas

te seguem, sem lume,

porque sem teus olhos

só sabem chorar.

O som do bolero

percurte na mente,

em ré sustenido,

em fá, mi-bemol...

e eu fico, demente,

o peito sangrando,

o amor espremido

na clave de sol.

Beijocas, meus poetas

lis

lisieux
Enviado por lisieux em 22/10/2005
Código do texto: T62058