Deitado contemplando o meu nada mais significativo...

É tristeza...

É loucura descabida de uma não razão,

Covardia de ser feliz,

uma dor de dente,

uma sujeira no corpo.

Uma incômoda espera...

Desejo de dormir,

sentimento que oprime...

Emoção que arrasta pra mim a noite,

quando tudo termina num sôfrego aguilhão.

Dentro do corpo sequidão,

falta de vontade de escovar os dentes...

Preguiça nos olhos,

e na coluna entorpecimento.

Falta oxigênio... Falta um amor...

Onde achar a luz do poço em trevas...

Neste lânguido verso sem encontros.

Quando num livro é rasgada a página do meu conto,

é a ardência dos dissabores, é a ausência do amor.

Na boca amargura,

no peito monótonia

e poucas lembranças do paraíso...

O beijo das manhãs abundantes de esperança...

O frio da serra e o gostoso da natureza;

medo envolve-me e fagulhas do tempo.

Na minha alma um espaço de festas

sem convidados honestos,

pois na valssa do cosmo és um prenúncio de Deus.

Numa depressão imaginada... Onde o cérebro bêbado

neste requinte de morte nêural brilha o eterno:

Sim, o eterno instante do terrível adeus, o meu sono.