Estrada da vida
A estrada da vida é longa, tem dias que caminho e só sinto o sol, o verde das arvores, o canto dos pássaros.
Tem dias que tudo parece estar igual, que ando e a estrada parece não ter fim.
Algumas vezes corro, tentando aproveitar o sol, outras simplesmente caminho e quando bate o cansaço, olho para trás, buscando recuperar o fôlego.
Hoje, sozinho, eu olho essa estrada, uma reta sem fim, lembro que enfrentei tantos obstáculos, e sinto que tantos ainda virão.
O sol já não tem tanta força, e sinto correr o frio do outono, o frio da solidão.
E agora, de mãos no bolso, com os braços rentes ao corpo, vou caminhando sem pressa, percebendo que este lugar não é de ninguém, olhando o verde sem fim ao meu redor, e procurando não perder a direção do meu caminho.
A noite cai nesse momento, mesmo assim continuo, sem descanso, sem trégua.
E assim seguem os dias, os meses, os anos. Eu aqui, sempre seguindo minha estrada.
Esperando encontrar algum lugar e nesse lugar descobrir um alguém, e quem sabe seguir uma nova direção, ou simplesmente perceber que é aqui que desejo ficar.
Porque onde estou está muito frio e as estrelas mal posso enxergar, mas sei que o verão eu vou reviver, e o sol irá trazer a luz, o verde, a vida, a minha vida. E quem sabe, um alguém para me dar a mão e descobrir que o meu caminho, seja ele na direção que for, não é aqui. Descobrir que toda luz que preciso para enxergar está aqui, dentro de mim. Descobrir que mesmo que o caminho seja difícil, não estarei só.
Descobrir que talvez, em algum momento, eu possa esquecer que você me deixou, que eu possa esquecer que você não está aqui.