Tudo deveria ser por amor!
 
O céu estava azul tão azul que confundi a cor do mar
As ondas serenas que  iam e vinham suavemente
A areia dourada já me esquentava o corpo
Em franca conspiração com o seu imenso sol...
 
Uma gaivota voa em círculos em prantos e gritos
Do lado estava uma criança brincando na areia
Rindo das suas tropelias, cobrindo o seu brinquedo
Estranho parece tão indefeso aquele menino...
 
Correndo para as ondas do mar, entre tombos e risos
Pobre da sua mãe que não tem sossego e paz
Mas ela ama o que faz, rodeia o seu filho com carinho
Se anulando enquanto ele crescia e crescia cada vez mais...
 
Fiquei imaginando o seu futuro, cada ano que iam à praia
Tudo o ano era diferente, uma distância maior e muito triste
Mas sempre com um sorriso no seu rosto, sem lágrima
Até que um dia o menino cresceu e não foi mais á praia!
 
Vieram mais umas férias e mais um encontro de amigas
E o menino não foi mais, dizia que já era muito crescido
Sua mãe de traços meigos e com rugas em seu rosto
Não se queixou e nem se lamentou, ela apenas, sorriu...
 
Ela tinha feito tudo com amor de mãe, deu tudo de si
Mas o seu menino cresceu e se esqueceu das suas raízes
Tendo vergonha de sua mãe e assim a foi esquecendo
E a sua mãe de finando a cada dia de tristeza e de dor!
 
Até que um dia era a hora de ir até a praia, mas a mãe
Não apareceu, ninguém sabia dela, foram a sua casa
Bateram na porta e ninguém atendeu, até que alguém
Repara nas plantas que ela tanto cuidara, estavam mortas...
 
Chamaram o filho para abrir a porta de sua casa e ver
Como estava a sua mãe, ele foi, mas ele tremeu de medo
Abriu a porta do quarto e ali estava a sua mãe morta
Morta há mais de dez meses... Morreu de tristeza e solidão!
 
 
 
Betimartins
Enviado por Betimartins em 31/12/2017
Código do texto: T6213508
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