DO SONHO AO QUADRO NA PAREDE

Surgistes dos meus sonhos de criança,

Do meu doce sono da inocência.

Viestes do meu próprio sangue,

Do tecido do meu ser,

Formada do meu próprio DNA,

Munida do meu mesmo coração,

Dos sentimentos construtores de Minh ‘alma,

Dos meus sonhos de viver.

Surgistes do nada, do vazio do infinito;

Do doce encanto que jamais eu vira.

Brilhastes fortes luzes,

Revelando novos sonhos antigos.

Resgatando o sonho da realidade feliz,

Remarcando uma felicidade esquecida,

Retraçando velhos projetos

E dando novo tom à minha vida.

Tive muita felicidade por um instante

E felicidade tenho um pouco ainda como antes.

Mostrou-me minha importância,

Me fez sorrir como a velha criança.

Encheu meu mundo de esperança

E tudo isso eu ponho agora na balança,

Quando voltas a ser apenas aquele sonho

E eu retorno pro velho meu mundo enfadonho.

“Mas é melhor querer e depois perder que nunca ter amado.

Esteja onde estiver eu terei você sempre ao meu lado”.

E segue o sonho de amar meu clone;

Um coração como e meu,

Que conhece o meu pensar, meu amor, meu próprio anseio.

Mas resta a felicidade de ter sido,

De ter sonhado, de ter vivido.

Isto é muito mais do viver sempre esquecido.

Fica o sonho sem a esperança de se realizar.

Do sonho para o quadrinho da minha história,

Diretamente para as lembranças vais passar.

E eu, aqui, na solidão, só suspirar.

Wilson do Amaral