ILUSÃO

A ilusão não são teus olhos avante no rio sonoro,

não são tuas palavras chuvosas raiando a noite escandalosa,

os passos entrecortados da multidão a galope enchendo de rumores a areia da praia,

tampouco é a face oposta que te mira no fundo da água sonhando um abraço;

A ilusão não pode ser essa violência dos copos quebrados

que jogados ao alto não criaram asas morrendo num instante sem trégua,

a ilusão não pode ser estrelas que só duram uma noite assustando a escuridão de anos terríveis,

nem a dor estampada pelas frestas de rugas e rudes cicatrizes;

a ilusão não será um poema percorrendo teu corpo enquanto dormes sem sequer saber deste quadro indefinível que te pintam,

a ilusão não será a lenta primeira hora da solidão atemporal que em ponteiros perdidos se esquece que não é bem vinda;

A ilusão é teu nome me dando coragem.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 03/01/2018
Reeditado em 04/01/2018
Código do texto: T6216019
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