Doce Odalisca 02

O vento me escreveu bilhetes em cada grão de areia

desse teu deserto e sagrado solo,

ó minha invisível Odalisca,

doce dos meus olhos, mel do meu olhar.

Li para provar dos sentimentos,

o amargor da saudade e o doce da esperança.

Do deserto te trago mansa

aos meus braços queimados,

como se tudo em mim fosse de aço

e teu coração não me quisesse.

Aí, sinto e ajo diferente.

Faço de teu corpo meu melhor presente

e ele embola sobre o meu,

na densa areia dos meus sentimentos.

O outro lugar onde te tenho,

nos mais puros sentimentos que desenho,

não está em mim, nem em ti,

mas no amor que cheio e ocelos,

inda é cego!