(in)permanência
O amor é um punhal frio que machuca
quando você menos espera. Escorpião
perigoso, albino, que com seu veneno
deturpa os sentidos e te inebria a alma.
Aracnídeos rastejam em mim tal qual
os teus dedos pairaram sobre o corpo,
meu corpo, entregue aos teus dedos
e desolado pelo teu toque de viajante.
Toque de quem se vai, de forasteiro.
Meu destino não pertencia aos teus
braços fortes, marcianos e treinados
em corpos tão jovens quanto o meu.
Não quero que me segurem braços
que não tardarão a se esquivarem.
Aqueles que me envolvem precisam
assegurar o mínimo de permanência.