(in)permanência

O amor é um punhal frio que machuca

quando você menos espera. Escorpião

perigoso, albino, que com seu veneno

deturpa os sentidos e te inebria a alma.

Aracnídeos rastejam em mim tal qual

os teus dedos pairaram sobre o corpo,

meu corpo, entregue aos teus dedos

e desolado pelo teu toque de viajante.

Toque de quem se vai, de forasteiro.

Meu destino não pertencia aos teus

braços fortes, marcianos e treinados

em corpos tão jovens quanto o meu.

Não quero que me segurem braços

que não tardarão a se esquivarem.

Aqueles que me envolvem precisam

assegurar o mínimo de permanência.

Pedro Garcia
Enviado por Pedro Garcia em 08/01/2018
Reeditado em 08/01/2018
Código do texto: T6220368
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