O OLHAR
Um olhar não pode falar
Mas às vezes diz tantas coisas
Ele arranca o sim do não
E mesmo que não chegue ao ouvido
Penetra nos ventrículos do coração
Ele quebranta o orgulho ferido
Remove toda dureza de um ser
Faz cara feia trocar num sorriso
A distância que a briga afastou
Coloca ao lado do seu paraíso
Traz de volta a esperança perdida
O desânimo ele enche de vontade
Acende a chama do devo acreditar
Cria a brisa para o calor do desejo
Reativa o sentido de viver e amar
A luz que brilha na fria escuridão
Pelo gélido medo da indiferença
Faz esquecer passado e o tempo
Pelas trincheiras da doce retina
Acaba com dúvida e sofrimento