Ausência

Arde no meu peito uma vontade crua

De encontrar teus braços,

Lançar meu corpo aos teus abraços,

E na cadência nua deixar-me esquecer.

Queima em minha boca o sagaz desejo

De querer tua carne dentro dos meus beijos,

De perder-me louca meio ao teu prazer.

É quando sangra a pele a saudade atroz,

Marcando a fogo a amargura do não tê-lo,

Como uma lâmina ferina, feroz

Como a verdade do espelho.

E assim se seguem afora os olhares perdidos,

Os dizeres pausados, o semblante triste

E vagando te encontro, no avesso das horas

Chorando calado a paixão que já não mais existe