Agosto
É Sábado, o sol dobra a esquina
Caminha ardendo a calçada
De uma manhã Agustina.
O vento seco que castiga o rosto
Não leva o sorriso perene,
Pois o corpo pensa no oposto
Na maciez tranqüila de teu cerne.
Por trás dos olhos a vejo chegando,
Trazendo na boca o mel doce.
E por onde passas vai tudo brotando,
Como se setembro fosse.
Me encontro perdido meio a devaneios,
Mas o vento ferrenho carrega desgosto.
Quando estou prestes a tocar-te os seios,
Me sopra ao ouvido que ainda é agosto.