O FIM DE QUEM AMA

Na felicidade ou na infelicidade,

O lume do amor é onipresente,

E a sua luz própria é revigorante.

Na felicidade, para dividi-la com os outros;

Na infelicidade, para remediá-la aos poucos.

O amor só se sabe de repente

No imprevisível arroubo de um instante;

Habita no passado, no presente...

Quem sabe até no futuro distante.

Dar asas ao amor é viver como quem plana,

Torna o fardo pesado do dia mais suportável

Quando se anda pelo largo abismo da tristeza,

E a face clara da noite fica mais estrelada

Quando se alcança o cimo da montanha,

Tendo na base o sonho e no topo a gratidão.

O amor nada perde, antes tudo ganha,

Posto que quem ama sempre e de verdade

A vida simples que da natureza emana,

Em forma vegetal ou em forma animal,

Tem a leveza do vento e a força da beleza

Tanto em palavras quanto em atitudes,

Que tornam a visão do mundo mais agradável

Apesar dos defeitos e graças às virtudes

Inerentes à condição humana existencial,

Seja no fundo sombrio do poço onde a dor

Espelha o sol poente que introduz a noite cerrada;

Seja na montanha vistosa que reflete o fulgor

Do sol nascente que reluz na azulada imensidão.

Em todos os ritmos da poesia

Que a natureza declama,

Bate no compasso da alegria

O coração de quem ama.

O amor é cordeiro, não é fera:

Artista plástico das flores da primavera.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 14/02/2018
Reeditado em 27/09/2019
Código do texto: T6253877
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.