Hoje eu deixei de te amar

Pétalas carmim se despendem

Caem como sangue pelo gramado verdejante

O vento derruba as maçãs

E elas colidem nas pedras

Assim meu sentimento se assemelha

Meu coração contagiado com a dor mais profunda

Cacos de vidros estão nele

Rasgam, cortam, perfuram o mais íntimo da alma

Pintado de lívido, desboto em feridas no peito

Já não mais respiro por viver

E sim por mera obrigação

Perco as contas das vezes que te amei mesmo de longe

Uma ausência de vergonha

Humilhação que sentou a mesa comigo

Desonra que virou meu inquilino

O vento assopra vagarosamente

Poeiras do teu coração voam para um semoto lugar

Vou me permitindo não enxergar mais

Tampo o ouvidos do meu amar

E costuro de vez a voz do meu pobre coração.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 14/02/2018
Código do texto: T6254039
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