Um último adeus, um último pensar, um último suspiro

Eu jamais pensei em perder-la

E agora?

É como querer segurar água

Você deslizou pelo meus dedos

Fiquei parado, só vendo a distância machucar ainda mais

A cada passo seu, meu coração desolado, humilhado, dolorido

Isso não se faz

Um desalento se transforma em minha sombra

E vou perceber isso, só em breve

Eu sei...

Você vai sumindo por entre uma multidão

Não de pessoas

E sim de pensamentos que passeiam ali

Me dou conta que as lágrimas se jogam ao chão

Caem como mísseis em território inimigo

As cicatrizes marcam o meu rosto por cada gota

E você já não vejo mais

Olho a minha volta

Tento achar seu reflexo, ou algo que me remeta a ti

Vejo só vazio, tristeza pichadas nos muros

Vejo só cartas de amor rasgadas, poemas sujos de lodo

Vejo só o amor apático, e consigo sentir a sua febre

Ela queima, queima...

Vagueio por alamedas frias

Onde o cinza me colore

Andejo por ruas com saídas

Que me levam ao querer ficar

Fixamente vou olhando aquela paisagem empalamada

Aquela cinzenta cena que exala um desânimo

Fito para a parede descascada

E noto minha sombra sugando o pouco do que me restava

Vou derribando, amoleço

E meu último pensar vai até a causadora de tudo isso

Suspiro e tudo se apaga...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 05/03/2018
Código do texto: T6271699
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