Serro de Minas

Estranhas colinas eu atravessei
Vi nuvem bem próxima de mim
Lá, no topo o gado pastava,
Onde reinava absoluto o silêncio.

O Leito do rio semelhava trilha de saibro
Sob a tarde o sonho dormia
O vento pousava e tombava a aroeira

Entre rochedos cachoeira e cascata
Grotas negras de arrepiar a alma
Arroios fenados onde se garimpava ouro

No calmo orvalho as faces de remotos seres
Brilhavam, agasalhei-me em cômodos
Provisórios da alma desatenta... Nada me fez.

Ouvi a voz de todos, do bem e do mal,
Compartilhei amor e esperança
E de coração eleito a análogos imprevistos.

Difusos horizontes apoiam-se no céu.
Recurvados armes na escura floresta
Quebram-se enxadas valorosos anjos.

Esta engenhosa Minas de tudo me fala
Conhece a joia, o tesouro garimpado,
Com sangue e suor do ferro, da lápide e do loiro.

Ouço rosas e girassóis no jardim da vida
Que fora casos dolentes
Tudo fala e de tudo eu entendo: flor.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 09/03/2018
Reeditado em 09/03/2018
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