Simbiose

quando você penteava

o cabelo das suas bonecas

eu limpava o suor da testa

de correr tanto no quintal

mais pra frente

quando eu nem me achava gente

desperdiçava as folgas

do outro lado da cidade

você quieta no seu quarto

devorando livros, nem queria liberdade

tentativas de aceitação

interagindo com gente

que não era gente

que só vencia

que sempre ria

a mentira tem uma validade

tem data e hora

quando decidir

aceitar as cadeiras vazias

sem mentiras

encontrara

jogando a moeda pra cima

na ultima tentativa

de se entregar

de corpo e alma

numa simbiose

de avalanches

de impulsos

onde dois individuos

são mais que o sexo

são mais que o corpo

mais que o bolso

são isso tudo

mas são amigos

denovo

a hora e o local

numa esquina

do caminho que sempre fiz

da viela que você inovou

dois pontos na contramão

sozinhos no anonimato

do fracasso

olharam olho a olho

e decidiram

dar uma chance ao coração.

Douglas De Carvalho
Enviado por Douglas De Carvalho em 18/03/2018
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