O poeta e quem o lê

Os poetas escrevem sobre vários amantes

Esperando ser lidos por aqueles que amam.

Mal sabem eles que quem os lê são os amantes fiéis.

Que nunca compreenderão o amor poético.

O amor fiel está fadado, é tosco e comum.

Nunca poderá ser versejado, porque é ridículo.

O fiel acha que ama por ser ciumento e mesquinho.

E o poeta ama. Ama, saudade.

Não se contenta, o poeta, em amar somente uma vez

Pois vê beleza no múltiplo,

Pois não quer só para ele,

Pois ama para o mundo.

Admira o amado na forma mais verdadeira de amar,

O tosco admira o poema. Sem compreender.

Essa amplitude é só para quem a permite.

Nanda Martinez
Enviado por Nanda Martinez em 19/03/2018
Código do texto: T6284615
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