Amigos de Urano
Causou-me comoção
quando vi a foto,
Não era mais que um retrato
em preto e branco,
De fato, estava lavado pelo tempo,
com escalas de cinza,
Um epítome
de desdobrados amarelados,
Que, embora eu não saiba o significado,
Teria com certeza
o dia e o meu coração alterado,
Pois hoje me deitei sob a chuva,
sem abrigo,
Triste, sem nenhum amigo.
E pensei que poderia haver estrelas
nesse céu,
De luz caída a gotejar
na lâmpada do meu beco escuro,
A brilhar como lua no relento do espaço,
Dentro dos círculos que faço
na órbita dos meus olhos;
Que é compassivo,
Como profundo é o olhar desses três amigos,
Na figura jovem de suas almas,
Perdidas no abrigo da minha memória;
Que marca o pensamento
de uma estrela cadente,
Na invenção de rastros de fogo
e cauda doce,
Dos melhores remédios e balas
Que rimas de infância e palavras “composse”...
Na madrugada do rio “fluidio”
que chegava aos meus pés,
Nasceu pela manhã
um resto precioso de esperança;
lhe sou agraciado e agradecido
pela história que me trouxe,
Esse gesto querido
e inesperado de sua lembrança.
Ter, 12 de Fevereiro de 2013 09:33 11
https://www.youtube.com/watch?v=OlcQE4NeXow
Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei... E da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei... O amor é quando a gente mora um no outro.
Mário Quintana