Ressurreição poética

Na ausência do teu calor,

tudo o que me sobrou foram lágrimas,

melindrosas e de gosto amargo,

a invadirem meus lábios;

salobros suspiros umedecidos de saudade.

A boca contaminada resseca a garganta,

desacelera os batimentos cardíacos,

diminui o fluxo sanguíneo,

tornando-me um moribundo apaixonado,

então, sem o domínio de minhas funções vitais,

padeço aguardando a morte;

sufocado no amargoso liquido.

Mas eis que no momento de suplício,

surge o lindo anjo que embalava meus sonhos,

soprando entre meus lábios; nova vida,

revitalizando os tecidos do coração,

outrora gangrenado, expurgando o vírus.

Estou salvo e eternamente agradecido.

Sou um corpo recomposto em palavras

e diluído em poesia,

agora há versos e rimas,

multiplicando-se em cada célula.

Eis o meu corpo repleto de tua essência,

moldado em tuas virtudes,

consagrado para tuas vontades.

Refeito em centelha, resumo o fato:

“Obrigado minha alma”.

São Paulo, 1:48h- (made in Insônia)

Dedicado à poetisa Fernanda Helena Guimarães

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 29/08/2007
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