Casa de sertenejo
Dedico a Amantino Silva
São girassóis nas janelas,madresilvas!
O casaco e a camisa,nos varais
a secar o tempo,alinhavos de torpor nelas!
Pratos largados à mesa,as coisa ainda vivem;
Um bilhete roto em papel de pão,
com nenhuma explicação de partida:
Um jorrar de nuncas
dentro da eternidade!
O coração,bem sei, sabe do que o coração precisa,
Brevidades, nunca o demarca,chão ou rio!
Saí tolo,pra tanto aceno desse abandono,
seus calores ainda me prendem!
Não vou à procura ,dela deixarei a porta entreaberta
lenhas no foggão,aceso,
tanto apreço de ti,tanto excesso do teu cheiro,que ainda me embriaga de amor!
Janelas abertas,coloquei também,tulipas e margaridas,lírios
da beirada do rio,das nascentes que ela tato amava de rio!
Ficarei aqui,cigarro de palha ,á tardinha perto do ocaso;
Essa é a miha eternidade,
Estarei esperando que ela regresse,
Se chegue bem devagarinho ,com flor de laranjeiras no cabelo
seu vestido de chita,e as maõs cheias de afagos nos meus lábios;
Seu sorriso maroto com toda vontade de ser rio!!