Cadeira de aço

Ela fugia por fraqueza

De um romance meio absurdo

Mas ele insistiu com fortaleza

Sabia que seria um triunfo

Cedendo devagar

Como numa cadeira de aço

Ao sentar-se nua

Torturava a matéria

Projetava a trilha

Espantava a dúvida

E revelava a alma

O frio daquele aço

Transmitia calor

A tortura de uma pena

Passeando sobre o corpo

Respingando suor

Mas tendo frescor

O coração de uma mulher

O amor de um homem

Ela se apaixonou

Bateu os pés no chão e disse não

Ele segurou com firmeza as suas mãos

Ela findou dia após dia tendo compulsão

Ele virou então sua primeira opção

Entregando-se o coração

Na cadeira da tortura

Dedos desfilavam

Machucando a passarela

Presos de olhos vendados

Mas abertos sobre a cadeira

Confinados e carimbados

Em seus jogos de sedução

Amarrados ao gelo

Soltos ao fogo

Reféns do coração

Os chefes da paixão

Mesmo após assistir a tortura

De vê-la sentada nua

Em uma cadeira de aço

Despida em sua pior maneira

Prometeu o seu amor

Soube tocá-la e soube vê-la

Quando deis do início amou

Primeiramente os seus versos

Sandy Lopes
Enviado por Sandy Lopes em 03/04/2018
Reeditado em 03/04/2018
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