Cadeira de aço
Ela fugia por fraqueza
De um romance meio absurdo
Mas ele insistiu com fortaleza
Sabia que seria um triunfo
Cedendo devagar
Como numa cadeira de aço
Ao sentar-se nua
Torturava a matéria
Projetava a trilha
Espantava a dúvida
E revelava a alma
O frio daquele aço
Transmitia calor
A tortura de uma pena
Passeando sobre o corpo
Respingando suor
Mas tendo frescor
O coração de uma mulher
O amor de um homem
Ela se apaixonou
Bateu os pés no chão e disse não
Ele segurou com firmeza as suas mãos
Ela findou dia após dia tendo compulsão
Ele virou então sua primeira opção
Entregando-se o coração
Na cadeira da tortura
Dedos desfilavam
Machucando a passarela
Presos de olhos vendados
Mas abertos sobre a cadeira
Confinados e carimbados
Em seus jogos de sedução
Amarrados ao gelo
Soltos ao fogo
Reféns do coração
Os chefes da paixão
Mesmo após assistir a tortura
De vê-la sentada nua
Em uma cadeira de aço
Despida em sua pior maneira
Prometeu o seu amor
Soube tocá-la e soube vê-la
Quando deis do início amou
Primeiramente os seus versos