Peito pisoteado

E a angústia do sentir

Vem de leve no meu peito

Que em silêncio sorri.

Um riso triste e contente,

Pois só quem ama

Na dor lida, sente.

Quem me dera

Poder sussurrar

Ao pé de ti esta quimera.

Solidão de antro

Coração, vísceras

E pranto. És encanto.

Te dou parte

Da minha solidão

Que no meu vazio não se fez arte

Será isso o amor?

Dividir, compartilhar

A solidão, o vazio e a dor?

Já é noite, vejo a lua

O vazio me consome,

Minha alma sozinha flutua.

Busco lírios

No jardim:

Afago para os meus delírios.

Tu vens

Toda florida

Vestida de nuvens.

Meu coração,

Outrora desassossegado

Reconhece o amor na tua solidão.

Que deixa o peito pisoteado.

Fernanda Paulo Albuquerque
Enviado por Fernanda Paulo Albuquerque em 08/04/2018
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