Momentâneo
Tenho-te apenas
Para te perder um dia.
Como te aperto em meus braços
Para te largar logo após
E chamar por ti, meus lamentos nunca ouvidos.
Vivo contigo
Os momentos dos suspiros
E o teu fôlego é meu favor em falar.
Mas suster-te em meu peito
Não é oferecer-te esse fôlego; é cortar-te o ímpeto.
Pelo menos respiro-te.
Quando te aperto respiro-te toda.
Por isso me doi o peito se depressa te largo.
Mas pudesses tu morar em mim...
Pudesses tu não respirar sem me ter...
E minha vida seria mais que outras
E não seria eu um só mas sim conjugado em nós!
E seríamos uma força maior
Que contida fosse incontida
Potente por ser completa
Forte contra todas as penas
Melhor que todas as mágoas.
Porque mágoas já não seriam tangíveis