Perdida

Destinada a largar-se

Sentindo o prazer do sol

Ardendo na alma exausta

Esquivando entre as etiquetas

Desse medíocre planeta

Sem manual de instrução

Crescem nus os desejos

Desapercebidos

Entre os muros de concretos

Antes ofuscados – agora libertos

No vão das molduras

Expostas nas paredes

Com olhos atentos ao vazio

Ela transbordava insanas loucuras

Como nunca se viu

Desabitando do ritual

Enterrando os receios

Ela apanha no quintal

Seu laico coração

Esquecido no varal

E nesse ímpeto

De encontrar-se no mundo

Ela segue desviando

Em direções contrárias

Antes perdida - Agora revelada

Ela não mora em si

Abandonou-se

Deixou-se fugir

Ela se dissolve

E em seus braços

Se renova

Volta a emergir

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 30/04/2018
Reeditado em 30/04/2018
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