Perdida
Destinada a largar-se
Sentindo o prazer do sol
Ardendo na alma exausta
Esquivando entre as etiquetas
Desse medíocre planeta
Sem manual de instrução
Crescem nus os desejos
Desapercebidos
Entre os muros de concretos
Antes ofuscados – agora libertos
No vão das molduras
Expostas nas paredes
Com olhos atentos ao vazio
Ela transbordava insanas loucuras
Como nunca se viu
Desabitando do ritual
Enterrando os receios
Ela apanha no quintal
Seu laico coração
Esquecido no varal
E nesse ímpeto
De encontrar-se no mundo
Ela segue desviando
Em direções contrárias
Antes perdida - Agora revelada
Ela não mora em si
Abandonou-se
Deixou-se fugir
Ela se dissolve
E em seus braços
Se renova
Volta a emergir