Pudera eu...
Pudera eu te erguer uma ara
No firmamento
E teríamos a Lua
Como local de culto
Pudera eu te oferecer
A pérola mais rara
E terias Vénus no teu anel
Brilhando com todo o vulto
Pudera eu ter sido rei
E terias a teus pés
Riquezas nunca conseguidas
Despojos de Reinos
E restos de Impérios esquecidos
Sonhos sempre inacabados
Infâncias floridas por moradas
Alegrias como convivas
Em tantas festas
Doces
Beijos
Sucessos de magia
Paixões funestas mortas
E prazeres em demasia.
Pudera eu ser mais do que homem
E teu nome
Seria o de muitas estrelas.
Dos teus cabelos
Se faria essência de núvens
Dos teus olhos rios
E das tuas palavras
Canções belas.
Do teu corpo nasceria vida
Que te adorasse
Lugares de amor
Onde se vivesse
Onde se risse
Onde se louvasse
Novas vidas
Nascendo para a fortuna...
Mas não tenho nada
Para te oferecer
De minha existÊncia
Tão sombria.
Não sendo nada
Do que poderia ser
Apenos tenho
Como oferta
Este poema
Que imaginei
E minha paixão
Sempre mais desperta.