Horas roubadas
Na distância forçada, sonhávamos
longos beijos em bocas macias
amor transverso e insano
mais ausências que alegrias.
Juntos, afoitos ardíamos
em horas roubadas, vadias
mesmo assim nos saciávamos
amor cortado em fatias.
Mas se era o amor que então podíamos
breves horas, covardias,
não há o que lamentar, vivíamos.
(Hoje sei, colecionávamos
recordações fugidias)
E se antes as horas contávamos
e depois somávamos dias
hoje acumulam-se os anos,
saudades em tardes vazias.