Roxo amor

Um assim delicado amor estranho

que as entranhas invadindo treme

geme conquistas de quem não teme

não é mais estranho amor então

é só amor entre estranhos

que nem mais estranhos são

amores é que vão sendo

como então te conheci

como nunca antes te vi

feito um céu boreal

auréola em anjo eras

que nem existir pudera

em noite cheia de lua

de estrelas metade nua

sem nuvens por cima

lençóis abaixo do abismo

em fundo fomos os dois

sem mais percalços

também desnudos

e os sapatos rindo de nós

abaixo da cama

por sobre todas as tramas

de tábuas tecidas treliçadas

de costas ficando marcadas

de noites deixadas ao léu

desleixadas já sem véu

outrora mil fantasias

agora um conto por dia

não morrer de amor

então por que morrer?

não viver de amor

então por que viver?

se assim começamos

estranhos assim amando

estamos de amor vivendo

quanto mais nos conhecemos