Cartas com espinhos

Hoje abri aquela gaveta por acaso

Procurei, e vi, cartas amareladas de saudades

As mãos trêmulas, denunciam-me

De imediato, gotas criam-se sobre os olhos

Cada lágrima vem junto com lembranças

Sento-me no chão

E leio aquela carta seca, como uma rosa morta

Cada letra, palavra, apinhada de lirismo

Cada estrofe, que desaba-me

Levanto-me e da fenestra, ouço os pássaros cantarem

O tempo para, voa…

Sinto o seu cheiro com o assoprar do vento em meu rosto

A sua voz me chama, naqueles dias que a felicidade nos acordava

E o seu olhar castanho, vidrado em mim…

É inevitável, é um tanto melancólico

Agora os pássaros cantam a nossa música

Composta pela nossa história

As rosas que cultivamos exalam

E os espinhos infelizmente prevalecem mais uma vez

As incontáveis feridas, as dores, talvez… era para ser assim…

Hoje o coração preso em uma gaiola bateu de forma desesperadora

Querendo sair, fugir…

A ilusão de tê-la, machucou-me

De modo, que repasso a dor para o caderno

E a chuva tempestuosa, rega a folha…

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 25/06/2018
Código do texto: T6373386
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