Curva-se o ferro da janela...

Quando à tarde se dobra

Em versos e prosa

Ouço sussurros do vento

E um reticente entardecer

Envolve-me.

Curva-se a madeira

No fogão a lenha...

Curva-se o ferro da janela,

E algumas gotas de ferrugem deslizam...

Curva-se a cortina de renda

Diante da beleza dos gerânios

Na floreira...

Curva-se a imaginação

Ao sentir a delicadeza

Das cores belas

Das flores de amor-perfeito

Que plantei em meu coração,

Para pincelar saudades,

Suavizar o aroma de café

Que ainda acaricia a outra

Xícara vazia à espera do

Inebriante sabor de mel

Dos teus lábios...

***