MINHA DEUSA

De tudo à minha deusa nada falta.

Nem a aparência dessas divindades

Impassíveis que andam nas cidades

Como se as ruas fossem a ribalta.

Mas dentre as que de cinta e perna alta

Ditam a moda em folhas de beldades

E nuas mais revelam fealdades,

Se sobressai a minha àquela malta.

A quem endeuso apenas é a mulher

Que se enrola num trapo qualquer

E a realeza inveja seu encanto.

E sem as cerimônias se perfuma

Com o suor do corpo que escuma

No amolecer, depois de amar-me tanto.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 16/07/2018
Reeditado em 16/07/2018
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