MINHA DEUSA
De tudo à minha deusa nada falta.
Nem a aparência dessas divindades
Impassíveis que andam nas cidades
Como se as ruas fossem a ribalta.
Mas dentre as que de cinta e perna alta
Ditam a moda em folhas de beldades
E nuas mais revelam fealdades,
Se sobressai a minha àquela malta.
A quem endeuso apenas é a mulher
Que se enrola num trapo qualquer
E a realeza inveja seu encanto.
E sem as cerimônias se perfuma
Com o suor do corpo que escuma
No amolecer, depois de amar-me tanto.