Meu amor alienígena
Podera eu, ser doutro feitio
Ó força divina que em ti confio
Como cometeste tamanho desastre?
Conceber-me ET e fazer-me terrestre!?
Sem ao menos avisar meus amores que sou aberração!
E ainda permitires que a mim se entreguem de coração!
Fizeste-me exímio conquistador
Sem ensinar-me a evitar causar a dor
Ai dos meus olhos que não resistem a odor
de mulher!
É tanto pranto delas em que afundo, e minha alma se estraçalha,
Molham-me o espirito de pesar que para enxugar já não há toalha.
As terráquias são egoítas em partilhar prazer
Eu de sei-lá onde, coata-se-me a enché-las de lazer
Reencontram-me e encontram-se neste emaranhado passional
E pregam-me sermões cada uma defendendo sua causa pessoal
Por alguma razão sondam a minha verdadeira identidade
E só por isso se lhes impede exigir que lhes jure fidelidade
Mas vejo nos seus olhos a encandescência rubra do ciúme
Terei eu sido feito do esterco, ou de restos de algo vil!?
Rendidas a paixão, abraçam-me, dão um conselho servil:
Dizem esperançadas para que eu faça a minha escolha:
– Medita com a mente e escolha com o teu coração – dizem elas
Eu só respondo: meu coração é traiçoeiro e minha mente é suja...