Soneto XIII - Fugiu o Sol quando a mim resplandeceu

Fugiu o Sol, quando a mim resplandeceu

o cego deus de dias ancestrais

Que entre os deuses reina e entre os mortais

E fez de mim um outro Prometeu.

E vendo que sozinho andava eu

Em guisa de dois sóis celestiais

Roubou-me a vida e os sensos naturais

E a alma e o coração um dia meu.

Posto em uma prisão angelical

Selou-me então aos lábios uma prece

Que zombam sempre os anjos da paixão

Que vá minha alma ao deus que a escarnece

Entregue todo bem por este mal

E em troca me devolva o coração.

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 26/07/2018
Código do texto: T6400842
Classificação de conteúdo: seguro