Reclusos do tempo
Seres exasperados em alvoroço
Vivenciam a ilusão da liberdade
Enganados pela sagacidade
Querem usurpar o universo.
Não vê que estão encurralados
Presos nas masmorras do tempo
Não vivem, existem apenas
Confinados, alarmados e doridos
Acossados pelo passado, não têm
O presente, e o futuro vai distante
Desprezados, velam suas sepulturas
Ornamentadas de insignificâncias.
No senhorio das riquezas que os escravizam:
São dependentes das próprias independências.
Meu ser, porém, vive insano e leviano,
Livre das decepções do passado,
Livre das preocupações do futuro.
Meu ser vive o agora, soberano,
Vive a eternidade do presente.
O passado foi carcomido pela mudança
O futuro é volúvel, não é de confiança.
Minha alma liberta de falsidades,
Aparada para todas as liberdades,
Reconhece todas espécimes de amarras
Não se lhe apanha nas manhas bizarras
Da crueldade do contratempo,
Que lhes enfada no destempo.
Eles são os reclusos do tempo.
Ilibado de todas culpas
Livre por entretemos
Vivo alheio de tudo...