VOZES ALVAS

Queixas comuns,

vindas do teu luto banal,

soltam pedaços

sem arrasar

o raiar do sol.

Mesmo gemidos seguem trocas:

da atmosfera vingativa,

tu celebras o saldo,

uma corrida para luzes árticas.

Há sussurros

de um medo regelado ,

mas o gelo também irradia

a manhã que voltará

da madrugada dos teus animais polares.

E se ossos foram gastos em homilias,

em chagas de espelhos perenes

Ainda assim verás sempre a aurora

das tuas vozes boreais.

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Elza Viana Araujo em 02/08/2018
Reeditado em 19/09/2018
Código do texto: T6407111
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.