Sonhos

Por quantas vezes, senti meus sonhos se perderem como se estivessem num oceano e por quantas vezes nessas mesmas águas me vi tentando juntar os pedaços caídos pelo caminho, na ansiedade de manter vivo esses sonhos. Dizem que quem não sonha não vive e eu acredito nisso.

Onde estão os meus sonhos? Inertes, alheios, adormecidos, perdidos, vagando na imensidão da ilusão que se criou no vazio da solidão que se expirou ao anoitecer, quando a lua sorridente abriu o universo para o brilho e o encanto da rainha estrela.

E tudo passou a ter uma razão e os meus sonhos não eram mais em vão. Existia um caminho, um espírito habitante numa matéria absorvente que diluía a cada instante os meus anseios. O tempo foi a resposta para tudo e que, na maioria das vezes, me fez esbravejar e se rebelar contra meus próprios princípios.

Quando me dei conta, estava numa batalha envolvente, gritante, sufocante, mas meu subconsciente me dizia jamais renunciar aos meus objetivos. Travei uma grande guerra para defender esses ideais que foram se renovando a cada derrota sentida, mas sempre honrada. Um dia, um amigo interrogou: onde estão seus sonhos? Eu disse: cansei de sonhar, eu quero é realizar. Não quero mais ficar na platéia vendo tudo acontecer e nada poder fazer.

Aplaudir a quem não tem se quer orgulho de si próprio e vive viciado nas mazelas da traição e injustiças? Posso até me rebelar, mas sempre com dignidade. Os meus sonhos continuarão a existir e sobreviverão as

tempestades que porventura atravessem minha trajetória. Resistirei e meus sonhos - como as flores no amanhecer – florescerão e seu perfume e beleza trarão a esperança do meu grito de amor pela esperança da vida!

Um homem que sonha vê a sua frente um campo de batalha onde poderá obter conquistas ou frustrações e muito sangue se derramarão e a realidade poderá no futuro sofrer abalos que geração após geração, permanecerá como uma sombra as aqueles que vivem. Um mundo de fantasias, um jardim florido e depois espinhos, são fases que o homem precisa atravessar para se atingir a consagração dos sonhos previamente

desenhados sob a visão de um sonhador ou de um fingidor, não importa.

Tem fase na vida do homem, que ele sente a ausência do alicerce que sustenta a sua coragem e o seu ideal, se alimenta de esperanças que num passe de mágica o deixa no mundo da lua, como se o infinito fosse logo ali.

Desistir de sonhar é o mesmo que habitar um vazio insignificante, caminhar na solidão das estradas sem destino, viver meramente por viver ou por obrigação, ter sentimentos congelados que constantemente naufragam nas correntezas do nada a lugar algum e aceitar o fracasso embutido na alma.

Na narrativa do locutor um cadáver estendido no chão demonstra perfeitamente que a criatura sente. Atrás das cortinas, o espetáculo descansa, como se a história pudesse sofrer alterações. Um sonho, circula pelas veios na mesma velocidade que o vento passa, levando consigo o que tiver pelo caminho. As conseqüências, geralmente, não são muito boas.

Um novo filme se produz, uma nova história. O cenário também é refeito. Os protagonistas são os mesmos, portanto, a dor também é a mesma. Mas num simples gesto, nota-se na criatura a prova da perfeita e e morrer como se a morte fosse a cura da sua dor ou do seu

orgulho.

Sonhar significa imaginar o alvo e sair em busca da sua transformação. Quando se almeja uma conquista, devem-se considerar os desafios vencidos e jamais relevar as pedras pelo caminho, pois se isso acontecer, elas poderá te fazer desistir dos seus sonhos.

Edimilson Eufrásio
Enviado por Edimilson Eufrásio em 04/08/2018
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