Jornada para casa
Era uma longa jornada até minha casa,
Tirei tempo a pensar e olhar meu coração,
Tive comigo duas mulheres e uma garrafa;
Encontrei preciosos sentimentos, no chão.
O coração não era o mesmo, eu já não era o mesmo,
Não fui capaz de guarda-los,
Qual sentindo em manter algo assim, amaçado?
Então pude sentir a idade, o peso.
São diversos os perigos de andar sozinho,
Fiz uma oração, roguei aos céus e nada...
Continuei, não podia parar no meio da estrada,
Guardei comigo, o único amigo, perverso vinho,
Não sabendo mais se ajuda ou perturba...
E mesmo nesta confusão, olhar para trás, nunca!
Mas como a mulher de Jó, olhei as minhas costas,
Me estagnando em um relacionamento ilusório
Nessa procura de amor, andando em linhas tortas
O coração palpitava com a relação já em óbito,
Quem me amaria agora? E mais uma vez, sozinho;
De longe avistei a esperança vestida em vermelho
Nesta longa caminhada entre galhos e espinhos,
Era tu, me trazendo o desejo,
Desejo de encontrar uma saída, viver a real vida.
Já não andava no mesmo rumo, fazendo a Deus louvor,
E aquilo que antes era casa, agora de nada valia,
Pois em meu coração tu fez morada e consolidou amor.