O amor

Diversas vezes idealizei o que era o amor.

Como todo amante de poesias e romances, acredito que sempre sonhamos que o amor é como nos filmes.

Vem do nada, é leve, e nos traz apenas paz, leveza, é algo puro.

Com o tempo, vivendo, acabei desconstruindo essa visão.

Pensava que filmes eram só filmes, livros eram só livros e que amor só era bonito neles.

E, bom, todos diziam o mesmo.

Acabei acreditando que todos aqueles sentimentos vazios, imperfeitos e tristes, eram amor.

Acabei dizendo, usando essa palavra tão linda, pra pessoas vazias.

Comecei a acreditar que só de passar um tempo com alguém, eu deveria dizer que amava.

Sempre fui intensa, e acreditava que só ver pontos positivos em alguém, fosse motivos pra dizer isso que a amava.

Mas isso apenas significava que eu era uma pessoa com empatia, que tentava entender as pessoas e a não julga-las.

Mas então eu aceitava que elas me maltratassem e mesmo assim, eu dizia, e, acreditava que as amava.

Porque depois de tudo, elas também me diziam que me amavam.

E nessa ideologia, de que esse é o amor real, eu acreditava, de verdade, que isso era amor.

Mas na verdade era apenas angústia, sofrimento, bem longe de amor.

Somos doutrinados muitas vezes a apanhar, ser xingados, e acreditar que merecemos e que isso não muda o amor, mas que na verdade é uma prova dele.

Um dia bate.

No outro traz flores.

Ele me ama, eu só estava errada, eu mereci, e ele está arrependido.

Mas não, nada disso é amor.

É abuso.

Dos outros.

E nosso.

Porque um dia ouvi "nós recebemos o amor que acreditamos merecer"

E eu comecei a acreditar que eu merecia mais.

Eu merecia viver um filme.

Merecia aquele romance todo clichê.

E aí, comecei a me amar.

E assim ensinei as pessoas como eu deveria ser tratada.

E foi aí, que te conheci.

E foi então, que descobri que o único amor real, é sim como os de filmes.

Toda vez que te abraçava e sentia aquelas borboletas no estômago.

Tremia, e nossos corações disparavam em uma conexão perfeita.

Ambos vibravam com a presença do outro.

Isso é amor, quando é recíproco.

Quando por mais popular e falante que você seja, perto da pessoa você gagueja e fica tímida.

É olhar nos olhos, e, um sorriso em questão de segundos desenhar as bochechas.

É não ver defeitos, porque a imperfeição da pessoa a torna perfeita.

É desejar estar com aquela pessoa em todas situações em que você se sente feliz.

É ver algo e se lembrar da voz daquela pessoa te dizendo aquilo.

É diversas coisas mais.

Que eu escreveria um livro, só pra dizer como você me ensinou o que é amar.

Como você me fez sentir, e poder acreditar novamente naquela doçura e inocência desse sentimento.

O tempo pode passar, podemos nos desencontrar.

Mas eu sempre, eternamente, serei grata, por ter sentido, pelo menos uma vez, o amor.

Gratidão pela sua existência.

E pela reciprocidade do nosso amor.

E desejo que ele seja resiliente.

Pra que toda vez que nos encontrarmos, ele esteja no lugar, vivo, vibrante.

E a todos que lerão: Desejo que nunca percam a essência desse sentimento e que nunca acreditem na definição dolorosa que um dia eu acreditei.

Que seja puro e claro.

Sejam intensos.

Amem e sejam amados, é lindo.

Tayná Rodrigues da Silva
Enviado por Tayná Rodrigues da Silva em 02/09/2018
Código do texto: T6436938
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