Eu nem te conheço e já sinto teu calor

Veja, minha bela e anônima pretende

Eu sou um cara simples

Sem muito do que os filmes ensinam

Não deixo Hollywood tomar conta da minha personalidade

Mas eu vou elogiar teu sorriso espontâneo

O jeito como pisca os olhos

E todos os traços não retilíneos do seu lindo rosto

Eu vou te levar ao cinema

E vou ri se você reclamar da casca da pipoca engatada em seu dente

Vou me segurar pra não apontar defeito no enredo da história

Só pra não estragar a experiência

Talvez eu entre com cerveja lá

Talvez minhas mãos cheire a cigarro

E talvez eu fique calado demais

Mas espere

Me dê um tempinho e eu logo voltarei pra você

Se conseguires compreender

Que não consigo explicar os porquês

Não por ignorância

Mas porque não quero te passar meu lado pessimista

Quero apenas te levar pra casa

Tirar sua roupa

Te pegar pela mão

Te puxar até o banheiro e gastar o sabonete nessa sua pele, que mais parece um estofado caro

Apreciando cada curva

Cada desnível

Cada parte crua do seu universo

E te olhando nos olhos

Dizer

Brinque com ele

E então você se abaixa e faz seu trabalho

E de tão bom eu nem lembro do gastar dá água do chuveiro

Eu que sempre me preocupei com a escarcez

E com o aquecimento global

Mas veja

Baby

Você nem sabe disso ainda

Quando souber espero que seja pela experiência factual

Não por esse poema

-G

Gonçalveski
Enviado por Gonçalveski em 14/09/2018
Reeditado em 15/09/2018
Código do texto: T6448673
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