Poema cego ( distante e diferente)

Cético olhar nessa tua sentença.

És o que não és nem podes ser.

Sabes o que desconheces, o que nem sabes.

Pensei que teu amor me amava, incondicionalmente,

como o meu a ti.

Há um monstro rondando teus passos amarrados

e cravos em tuas mãos,

quiçá em teu coração,

por tudo que tens desamado...

talvez nada de ninguém, talvez só marcas.

A mim custa enxergar-te nessas diferenças,

ouvir de tua boca o que teu coração me diz,

ter-te como algoz de tua própria alma

ou de nós dois. Por quê?

sabe-se lá quem...

E se porventura essa tua diferença me ofertar distância,

parte para o fim de tudo

o que mais houver longe do mundo

e me deixa acalentado em outro novo amor,

de mim bem perto

mesmo que sem se saber de si ou cego!