Cor d’ alma

Minha noite negra...

Tão negra quanto a escuridão

Mais apagada que a falta de luz solar

...Sombras que habitam meu coração

Desçam pela calada do luar

Iluminando todo espaço vazio

Preenchido pelo sereno da madrugada

Essência do veneno da maldade.

Minha negra noite...

Solitária pelos cantos a chorar?

Navegando nas lagrimas que derrama

Cobrindo o som amargo do mar

Que planta antes de nascer

Uma ferida de preconceito

Que está a todo vapor a viver.

Noite, negra minha...

Estais a dormir agora?

...Com todo esse barulho lá fora

esmagando a virtude do silêncio

Que corre nas águas de um rio

Tremulo, triste, adoecido

Pelo dia amanhecido.

Noite minha negra...

Levantai desse horizonte que suga sua cor

Devorando sem limites tua imagem

Que é cercada pelo passado de tua dor

Resgatada no navio em que fez sua viagem

Demonstrando a ti toda lagrima

Em que seu suor sagrado

Derramado pelos campos de tortura

Seja recompensado com sua escultura.

Minha negra...já és noite!

Jaz é tarde minha flor

Venha se deitar ao meu lado

Para juntos vermos o nascimento do amor.

No berço da madrugada

Fui simplesmente abandonado

Mas nem por isso me entristeço

Vendo a ti, percebo e agradeço

A noite...minha negra

Por te amar...na despedida

No entardecer no tumulo da vida

E em cada verso meu terá

Um minuto de saudade, um olhar a te procurar.

Negra minha noite.

Sempre vou te amar

E quando sua ausência chegar

Em muitas poesias eu vou te encontrar

Mas quando você negra voltar

Todas as lagrimas vão se apagar

O que sua ausência me fez chorar...

Minha noite negra...

Minha negra

Noite...

Negra minha

Noite...