Quando...
Quando andas pelos campos
Tão gentil e delicada
Não há quem não se espante
Ou atreva-se a falar.
É como se uma sutileza;
Uma levíssima doçura
Suavemente, tomasse o ar,
E nas mãos de seu segredo,
Arrebatasse toda vida.
Quando olhas, em tua graça,
Para o Céu já suspirando,
Os anjos o desgarram
E ele desmaia apaixonado.
O Sol, corado de vergonha,
Esconde-se em um véu de nuvens.
E em troca de olhar-te,
As estrelas traem a noite.
Quando falas, tão formosa,
Com a voz que voa, ardente,
Entre cravos e cristais.
Não se ouve um som sequer,
Nem uma folha beija o chão.
Adormeces todo canto
E toda voz que ouve a tua.
A Natureza inteira sobe,
Sobre as asas da Quietude,
Pra dormir à luz dos Céus.
E quando ris, ah quando sorris,
É então que o Tempo pára
Pois cativas entre os lábios
Os séculos e os instantes.
A Eternidade cai, suave,
Aos pés de tanta graça.
E, neste encanto, fechas
Os olhos de todos os Sonhos
A sonhar com teu sorriso
E tua beleza
Em maravilhas mais que puras(...)